quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Decisões

Olhei para o criado mudo. Precisava tomar a minha decisão!
De repente fui tomada pelas lembranças de nós dois.
A lembrança de como o conheci naquela exposição de arte, na galeria do melhor amigo de meu pai.
Seus cabelos negros como a noite, seus olhos eram como duas esmeraldas, as mais belas que eu já havia visto, e foi com o seu sorriso que me encantou. Senti o coração acelerar, as penas ficarem bambas, um calafrio na espinha, quando beijou a minha mão.
Outras lembranças voltaram a minha mente... Os seus lábios tocando os meus nas longas noites de amor, suas mãos segurando as minhas nos passeios no parque.
Lágrimas saltaram de meus olhos e correram soltas pelo meu rosto, sem permissão.
Abracei meus joelhos, tentando juntar os pedaços de minha alma. Meu coração partiu junto com Marcos, quando ele me deixou aqui, sozinha e com medo de enfrentar o mundo.
Olhei novamente para o criado mudo, ali estava o meu futuro, ou melhor, o fim dele. O veneno que tinha comprado hoje daria fim a minha depressiva vida.
Peguei-os com as mãos tremulas, se ele não me queria, nunca mais me teria. Olhei novamente o veneno em minhas mãos, abri, respirei fundo e o ingeri.
Me deitei, esperando os efeitos da droga, sorri e a ultima coisa que me lembro e de ter visto o seu lindo rosto, antes de mergulhar na eterna escuridão da morte.



Fim

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Em cada escolha, uma renúncia...

"Todos nós, temos nosso livre arbítrio e então seguimos o caminho que nos manda o coração.
Porém, existem certas partes do percurso em que olhamos para trás e percebemos que
o mesmo coração que indica o rumo certo, também nos engana.
E aí já é tarde demais..."


Era final de tarde de sábado e Victor se preparava para ir à festa de casamento de sua prima Daisy. A comemoração seria em uma cidade vizinha onde sua prima morava e então devido à distância ele logo termina de se arrumar e se dirige para lá.
Ele leva consigo muita alegria em rever alguns parentes que há muito não via, e naquela ocasião sabia que além de dar seus votos de felicidade ao casal, poderia também matar as saudades.
Porém, não sabia que tal festa, seria o princípio de uma mudança em seus sentimentos.
Victor que era solteiro, adorava música e gostava de ver as pessoas reunidas, logo se juntou aos demais e passou a dançar, beber um pouco e curtir a festa.
E foi quando a festa já se encaminhava para o final e Victor conversava com alguns convidados no salão, que Mara veio ao seu encontro. Ela era uma pessoa amiga da família há bastante tempo e então, feliz com aquele reencontro, resolve apresentar sua filha Tainah à Victor.
Eles conversam por algum tempo e logo se identificam em muitas coisas. Mara então, convida Victor para uma visita em sua casa, para que pudessem se conhecer melhor e passar a manter contato, já que há tanto tempo ela não via ninguém de sua família.
Ela anota o endereço e então entrega a Victor, que encantado com a presença de Tainah, confirma sem pestanejar sua visita...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um dia em sua vida.

Paulo era um rapaz de vinte anos de idade e residia junto com os seus pais, num bairro da zona sul da cidade de Porto Alegre-RS. A casa em que moravam era alugada, e ele, juntamente com o seu pai, trabalhavam duro para conseguirem manter as despesas da casa mais o aluguel mensal. Tudo transcorria dentro na normalidade e o tempo passava depressa.

Certo dia, o proprietário da residência deu um prazo, para que a casa fosse desocupada, visto que ele tivera um contratempo familiar e teria que utilizar a casa para sua filha mais nova, que viera morar na cidade.

Em vista disso, Paulo e sua família tiveram que procurar outra casa para alugar. Não tardou, e logo conseguiram o seu intento. Era uma casa localizada ao lado da residência dos proprietários, os quais eram um casal, cujo esposo tinha por volta de 30 anos e sua esposa, bem mais jovem, beirava os 19 anos de idade.

Aparentemente, formavam um belo casal e viviam sem maiores preocupações. Marcos era o nome dele e a mulher chama-se Verônica.

Paulo trabalhava no centro da cidade, e passava o dia inteiro fora de casa, somente retornando ao anoitecer e pouco contato tinha com os proprietários. Somente aos finais de semana é que ele mantinha algum contato com o casal.

O tempo ia passando, e as coisas seguiam seu rumo de maneira tranqüila, até que certo dia a mãe de Paulo o chamou em particular e lhe disse:

- Meu filho, tenho algo muito importante, e ao mesmo tempo preocupante a lhe dizer.

Paulo, surpreso, indagou-lhe do que se tratava.

Ao que sua mãe respondeu:

- Vou lhe dizer uma coisa que precisa ficar apenas entre nós. A dona da casa, essa moça, a Verônica, veio me dizer que gosta muito de você e que deseja falar-lhe a respeito.

Paulo, completamente surpreso, não queria acreditar no que sua mãe acabara de lhe dizer. Porém, ficou intrigado com aquela historia.

E assim foi. Era um final de semana, e Verônica aproveitando que seu esposo havia saído, e iria se demorar, foi ao encontro de Paulo e lhe disse:

- Paulo, desde o primeiro dia que você aqui chegou, não consigo tirar-lhe do meu pensamento. Acho que me apaixonei por você. Sei que não vais acreditar no que lhe digo, porém não pude suportar mais a minha angústia e decidi lhe dizer tudo o que sinto no meu coração.

Paulo ficou perplexo com tudo o que ouvira da boca de Verônica. Então era mesmo verdade o que sua mãe lhe dissera. Ele ficou sem saber o que fazer diante de tal situação.

A moça era casada, e ele não achava correto acalentar esperanças àquela mulher.

Então prometeu a Verônica que ira pensar muito sobre o assunto e lhe daria uma resposta. Os dias iam passando, e a situação ficava cada vez mais complicada; cada vez que o seu esposo estava ausente de casa, Verônica corria à casa de Paulo, a fim de lhe assediar. Paulo já não sabia mais o que fazer para fugir daquela situação embaraçosa.

Certo dia, Paulo estava em seu local de trabalho, quando o telefone tocou, e a ligação era para ele. Ao atender, para sua surpresa, ouviu a voz de Verônica, que desesperada, queria vê-lo sem demora. Ela então implorou a Paulo que fosse a um local próximo, no centro da cidade. De início Paulo titubeou, porém o seu instinto de homem falou mais alto, e ele concordou em ir ao encontro dela.

Ao chegar no local combinado, de fato lá estava Verônica, apreensiva, à sua espera.

Logo que se encontraram, Verônica o abraçou e o beijou com ardor. Em seguida ambos foram a um motel próximo, pois não poderiam, em hipótese alguma, ficarem ali onde estavam, pois havia a possibilidade de que algum conhecido os vissem juntos naquelas condições.

Então os dois desfrutaram daqueles momentos de amor, em que puderam ficar a sós e dar vazão ao imenso desejo que sentiam um pelo outro.

Aqueles momentos mágicos passaram-se depressa, e logo, Verônica teve que retornar à sua residência, antes que seu esposo retornasse e percebesse a sua ausência.

Ao saírem do local, ouviram uma música que vinha de um automóvel que estava estacionado naquela rua. Era um sucesso muito conhecido daquela época, e o título da música era one day in your life (um dia em sua vida). A qual foi um grande sucesso do cantor Michael Jackson.

Paulo, ao ouvir a música, disse a Verônica:

- Você está ouvindo essa música? – Ela diz exatamente o que acontece entre nós agora. Esse foi apenas um dia em nossas vidas, e que provavelmente nunca mais vai acontecer de novo.

Verônica, pensando que Paulo estivesse brincando, lhe disse:

- Ora, Paulo, não digas essa bobagem nem de brincadeira! Certamente teremos outros dias maravilhosos como esse!

Paulo não disse nada, e logo os dois se despediram e foram cada um para o seu lado, pois o tempo passava depressa e Verônica não poderia chegar atrasada em casa em hipótese alguma.

Depois daquele dia, a situação de Paulo ficara ainda mais difícil, visto que Verônica não o deixava em paz e se mostrava cada dia mais inconseqüente nos seus atos e palavras, pondo em risco elevado, a possibilidade de que seu marido viesse a desconfiar de que algo errado estava acontecendo.

Então, depois de falar com sua mãe, Paulo não teve mais alternativa e tomou a decisão de afastar-se definitivamente daquele lugar, antes que algo pior viesse a acontecer. E assim o fez; foi residir na casa de um tio, noutro bairro da cidade, para fugir daquela situação.

Verônica, ao ficar sabendo de tudo, não se conformava com a atitude de Paulo, e passou a indagar da mãe dele a respeito do paradeiro do filho.

A situação ficara insuportável e a família de Paulo teve que abandonar aquela residência e procurar outro lugar para morar.

E assim, acaba essa pequena historia do cotidiano diário, que acontece mais freqüentemente do que se possa imaginar.

Longo tempo depois ...

Paulo estava em um transporte coletivo da cidade, quando de repente adentrou no veículo, nada mais nada menos do que Verônica, acompanhada de seu esposo. Paulo ficou preocupado, porém ela fingiu que não o percebera, embora também tenha ficado emocionada ao vê-lo, depois de tanto tempo.

Tudo isso aconteceu há mais de trinta anos.

Hoje, estamos no ano de 2009, e Paulo e Verônica nunca mais tiveram notícias um do outro.

Paulo jamais esqueceu de Verônica e daqueles momentos que passaram juntos. Até hoje, ele ainda pensa nela com carinho, e nas suas orações, ele sempre pede que ela esteja em paz e o tenha esquecido. Mas Paulo tem a convicção, de que assim como ele, Verônica jamais o esqueceu e nunca o esquecerá.

Mas como dizia aquela música: foi apenas um dia na vida daqueles dois, que ficou marcado para sempre e que jamais será esquecido.

FINAL

sábado, 25 de julho de 2009

A Vingança Além da Vida

Lucas e Cauã eram amigos inseparáveis. Seus pais eram vizinhos que moravam na mesma rua, na cidade de Porto Alegre.
Os dois nasceram no mesmo ano e no mesmo mês. Portanto, tinham o mesmo signo. Eram muito parecidos em tudo o que faziam e, por isso, desde a infância tornaram-se como se fossem dois irmãos. Por onde quer que fossem vistos, todos pensavam que eles eram filhos dos mesmos pais.
Lucas e Cauã foram crescendo; e se tornaram adolescentes. Já estavam com a idade de desessete anos; estudavam na mesma escola; eram unha e carne - como diziam os seus amigos.
O tempo ia passando, e tudo era alegria na vida daqueles dois amigos.
Certa noite, eles voltavam de uma festa que tivera na casa de um amigo da escola. Era uma noite de inverno e fazia muito frio. A noite estava terrivelmente escura. Os dois amigos estavam numa parada, esperando o ônibus que os levaria até próximo de suas residências. Já eram 23h55min, e ao que tudo indicava, o ônibus havia atrasado o seu horário habitual.
Inesperadamente um automóvel parou em frente aos dois, e desceram três rapazes, armados com revólveres e anunciaram que era um assalto. Lucas tomado pela surpresa, fez menção de correr; porém um dos assaltantes apontou a arma em sua direção e desferiu um tiro em suas costas. O pobre rapaz ficou ali mesmo, estirado ao solo e já sem vida. Os ocupantes do automóvel ficaram assustados e resolveram abandonar o local a toda a velocidade.
Cauã, completamente apavorado, ficara ali, sozinho, ao lado do seu melhor amigo, o qual já não fazia parte desse mundo.
Cauã nunca se conformara com a morte trágica do amigo e jurou vingança; pois conhecia o assassino que atirara em Lucas.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Daqui!!!

Sophie foi passar um tempo longe da sua casa, mas infelizmente a distância foi mais difícil do que ela pensava. Depois de 3 meses, resolveu escrever uma carta para seu amor, para que ele nunca esqueça o quanto ela o ama e o quanto a distância estava fazendo ela sofrer. Aqui está um pedacinho da sua carta.
Ao meu eterno amor: Daqui sinto que a nossa distância é uma pergunta sem resposta, como a tua pele sempre pura, fresca como o ar, mas tem um deserto muito árido de silêncio que tomou posto dos meus sentimentos, mas são erros que eu escondo, creio. Daqui sinto que não tem nada que me possa consolar nem ao menos por faz de conta, que o amor pode vencer, com todo brivido das emocões, que amor pode vencer. Mas onde você está, com quem está, você ainda pensa em mim, lembra dos domingos que andávamos ao mar e no inverno que dormíamos juntos. Daqui sinto que não tenho mais emoções e estou em uma estrada sem saída, estou sozinha em uma casa vazia de palavras... Sinto que daqui não tem nada que eu possa fazer para retornar o tempo, mas os erros também são úteis e a vida deve seguir seu rumo...

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Espanhola

Quando o Gran Circo de Espanha chegou à cidade, foi um alvoroço só; todos foram ver os caminhões lotados de objetos, de animais e de pessoas, sem contar com todas as engrenagens necessárias para a montagem do Circo.
Havia algum tempo que nada de interessante acontecia naquela cidade, a não ser alguma festa de época, ou alguma solenidade local.
Carlos também, tomado pela curiosidade, foi se aproximando daquele local, onde, dentro de poucos dias o circo seria montado.
Passados alguns dias, finalmente chegou a hora tão esperada por todos para o início das apresentações.
Carlos entrou na fila, e com muito entusiasmo, comprou o seu bilhete de entrada e logo em seguida estava sentado na arquibancada, ansioso pelo início do espetáculo. Mal sabia ele, que em poucos dias
sua vida daria um giro de 360 graus.
E assim foi; todos os finais de semana, Carlos tomava o seu lugar na arquibancada, para assistir, estusiasmado, a mais um espetáculo.
Mas, eis que o apresentador pede a palavra e apresenta uma nova atração, recém contratada pelo Gran Circo de Espanha:
- E agora, Senhoras e Senhores, temos a grande satisfação de apresentar, diretamente da cidade de Madri, na Espanha, a cantora e bailarina Esmeralda, que com sua graça e encantamento, vem arrebatando platéias por esse mundo afora.
E então, eis que surge aquela figura de mulher; olhos e cabelos negros como a noite e os lábios de uma beleza nunca vista antes por Carlos e por quem ali estivesse.
Esmeralda, ao mesmo que em que cantava e dançava no palco, dedilhava com maestria as castanholas que trazia em suas mãos macias e delicadas.
Carlos ficou encantado com aquela mulher, que parecia flutuar sobre o palco, ao mesmo em que sua voz melodiosa deixava todos completamente extasiados...

Jane, uma bruxinha atrapalhada

Jane tinha doze anos e provinha de um clã de poderosos bruxos irlandeses.
Este ano entraria para a Escola de Magia e Bruxaria Diggory Dark Hog. Sabia que não se sairia muito bem, pois não era uma boa bruxa como os outros membros de sua família.
Errava todos os feitiços, nas poções sempre explodia algo, não sabia nem subir na vassoura, muito menos andar nela. Na última vez que tentou fazer um feitiço, transformou seu irmão mais velho em um rato.
A semana se passou rápido e era chegada a hora de se despedir e embarcar no trem...